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O radicalismo de Trump e o legado dos imigrantes: Uma reflexão necessária

Trump pretende acabar com cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais - Foto: RS / FP

Ou "Nosso Menino-Prodígio Muçulmano"

O discurso extremista de figuras como Donald Trump ganha espaço, alimentando preconceitos e promovendo a xenofobia. A retórica anti-imigração, que insiste em pintar os estrangeiros como uma ameaça, ignora uma verdade fundamental: a história dos Estados Unidos — e de muitas outras nações — é construída por imigrantes que trouxeram consigo não apenas sonhos, mas também inovações, cultura e progresso.

Um exemplo emblemático dessa realidade é a história de Steve Jobs, cofundador da Apple e um dos maiores visionários do século XX. Como relembrou o cineasta Michael Moore em uma crônica recente, Jobs era filho de um imigrante sírio muçulmano, Abdulfattah Jandali, que chegou aos Estados Unidos em busca de oportunidades. Nascido em São Francisco em 25/02/1955, Jobs foi adotado e criado em solo americano, mas sua origem está intrinsecamente ligada àqueles que muitos hoje rotulam como "estrangeiros indesejáveis". 

A ironia é inescapável: o mesmo país que hoje debate a construção de muros e a deportação em massa já foi o lar de mentes brilhantes como Jobs, que revolucionaram a tecnologia e transformaram o modo como vivemos. Sem ele, talvez não tivéssemos o iPhone, o MacBook ou a Apple Watch — dispositivos que se tornaram parte essencial da vida moderna. E, como brinca Moore, talvez nem mesmo tivéssemos a série *Ted Lasso*, um fenômeno cultural que conquistou corações ao redor do mundo.  

No entanto, o discurso de Trump e seus apoiadores parece ignorar essas contribuições. Em vez de celebrar a diversidade e o potencial dos imigrantes, eles propagam medo e ódio, alimentando narrativas que associam muçulmanos, latinos e outros grupos a crimes, terrorismo e "invasão". Essa retórica não só é falsa, mas também perigosa, pois legitima a discriminação e a violência contra comunidades inteiras.

A crônica de Moore nos convida a refletir: quantas outras histórias como a de Jobs estão sendo ignoradas ou apagadas? Quantos imigrantes, hoje marginalizados, poderiam ser os próximos inovadores, artistas ou líderes que transformariam o mundo para melhor? Ao fechar as portas para eles, não estamos apenas negando oportunidades individuais, mas também privando a sociedade de um futuro mais rico e diverso.

É fácil cair na tentação do radicalismo, especialmente em tempos de incerteza. Mas é preciso lembrar que o progresso humano é construído sobre a colaboração, não sobre a exclusão. Os Estados Unidos, assim como o Brasil e tantos outros países, são nações feitas por imigrantes. Negar essa realidade é negar a própria essência de suas histórias.

Portanto, antes de repetir discursos de ódio ou apoiar políticas xenófobas, pare e pense: quantas das coisas que você mais valoriza em sua vida foram criadas por alguém que um dia foi chamado de "estrangeiro"? Quantas vidas foram salvas, quantas inovações foram feitas, quantas histórias foram contadas graças àqueles que cruzaram fronteiras em busca de um futuro melhor?

A resposta pode surpreender — e, quem sabe, inspirar uma mudança de perspectiva. Afinal, como bem lembra Moore, a grandeza de um país não está em suas barreiras, mas em sua capacidade de acolher e transformar sonhos em realidade.

Leia a Crônica de Michael Moore e Reflita Sobre o Radicalismo e a Xenofobia

A crônica *Our Muslim Boy Wonder*, escrita por Michael Moore, oferece uma perspectiva poderosa e necessária sobre o tema, ao contar a história de Steve Jobs, filho de um imigrante sírio muçulmano, e como sua trajetória transformou o mundo.

Moore usa o exemplo de Jobs para desafiar narrativas preconceituosas e questionar o radicalismo de figuras como Donald Trump, que insistem em promover o medo e a exclusão. A crônica é um convite à reflexão sobre o papel dos imigrantes na construção de sociedades mais ricas, diversas e inovadoras.

👉 Leia "Our Muslim Boy Wonder" aqui  

Aproveite para compartilhar essa reflexão com amigos e familiares. Em tempos de polarização, é mais importante do que nunca questionar discursos de ódio e celebrar a diversidade que nos torna melhores. Boa leitura!

Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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