Propostas para Aprimorar a Certificação por Competências
O Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) tomou a iniciativa de apresentar sugestões ao Ministério da Educação para aprimorar o processo de certificação por competências. Esse método de avaliação é destinado a pessoas que desejam comprovar suas habilidades e conhecimentos profissionais, mesmo sem terem concluído cursos técnicos formais.
A "Carta de Brasília", entregue ao Ministério da Educação pelo presidente do Conselho, Solomar Rockembach, foi elaborada durante o Seminário Nacional de Educação Profissional do Sistema CFT/CRTs. O documento traz propostas detalhadas que visam estabelecer critérios mais claros para a comprovação da experiência profissional, além de definir requisitos específicos para o processo de certificação.
Dentre as sugestões apresentadas na carta, destaca-se a necessidade de comprovação de experiência profissional mínima de dez anos na área a ser certificada. Além disso, estabelece-se uma idade mínima de 25 anos para os candidatos que buscam a certificação por competências.
A proposta também aborda a importância de avaliações padronizadas que atendam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação, garantindo a qualidade e a equidade do processo de certificação. Nesse sentido, o credenciamento das instituições responsáveis por oferecer as certificações também estaria sujeito a critérios específicos, visando garantir a idoneidade e o rigor necessário para tal tarefa.
Grupo de trabalho no Ministério da Educação analisará sugestões para certificação por competências
Após receber a "Carta de Brasília", o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Getúlio Ferreira, anunciou a criação de um grupo de trabalho composto por representantes do Ministério da Educação, do Sistema CFT/CRTs e de instituições ligadas ao ensino técnico. Esse grupo será encarregado de estudar a questão em profundidade e propor soluções para o aprimoramento do sistema de certificação por competências.
Segundo Solomar Rockembach, presidente do CFT, o objetivo principal dessas medidas é assegurar a defesa do ensino técnico e valorizar os profissionais. Ele ressalta que a sociedade precisa ter a garantia de que os técnicos industriais possuem uma formação sólida, capacitando-os para a elaboração de estudos, execução de projetos e prestação de serviços em suas respectivas especialidades.
Para o presidente, a certificação por competências é uma maneira de viabilizar esse reconhecimento, seja por meio de um ensino técnico de qualidade ou através da comprovação efetiva da experiência profissional.
Carta de Brasília: Iniciativa do CFT para Valorizar os Técnicos Industriais
"Ao aprimorar o processo de certificação por competência, o impacto é imediato, pois a sociedade brasileira passará a receber trabalhos de alta qualidade, garantindo a entrega de serviços e projetos de excelência", enfatiza Rockembach.
A "Carta de Brasília" levanta algumas preocupações pertinentes quanto ao modelo atual de certificação por competências. Entre elas, estão a falta de comprovação efetiva de conhecimentos, o desrespeito às normas estabelecidas pelos conselhos nacional e estaduais de educação, a ausência de idade mínima para obter a certificação e a carência de provas presenciais, que poderiam trazer mais solidez e confiabilidade ao processo.
Agora, com a criação do grupo de trabalho e a abertura para o diálogo entre as partes interessadas, espera-se que sejam encontradas soluções que fortaleçam o sistema de certificação por competências, aprimorando-o para o benefício tanto dos profissionais técnicos quanto da sociedade em geral.