A Companhia Energética de Brasília (CEB) prepara um plano de ação para evitar as quedas de energia, frequentes nestes períodos de fortes chuvas no Distrito Federal. Os temporais dos últimos dias, com árvores caídas sobre fiações elétricas, deixaram diversas áreas no escuro.
Secretarias e órgãos públicos se reuniram, nesta quinta-feira (26/12/2019), no Palácio do Buriti, para traçar estratégias de mobilização neste final de ano e início de 2020. E a CEB estabeleceu um protocolo de prioridades, principalmente de ações preventivas.
Um diagnóstico detectou os pontos mais críticos de falta de energia. Ceilândia e Asa Norte, por exemplo, principais áreas afetadas por incêndios em 2019, receberão transformadores novos. Os danificados datavam de 1971. Junto a outros dois equipamentos que serão utilizados de acordo com a demanda, a companhia investiu R$ 8 milhões.
O contrato para poda de árvores também foi feito e começa a dar frutos em janeiro. As administrações regionais darão apoio estratégico à CEB, identificando as vegetações que estiverem comprometendo a rede elétrica e, consequentemente, precisam ser aparadas.
Foram contratadas 21 equipes da empresa para atuar na manutenção preventiva de equipamentos e da linha viva (de postes e fiação elétrica). Elas se juntarão às 14 que já atuam no plantão da companhia, quando acionadas pela população.
De acordo com o presidente da CEB, Edison Garcia, além do Plano Piloto e de Ceilândia, pontos mais críticos onde faltou energia, como Lago Sul, Lago Norte, Brazlândia, Sol Nascente e Paranoá, também receberão atenção especial. Na Asa Norte, inclusive, uma nova subestação será construída na Superquadra 213, além de outra subestação subterrânea ligando a estação da 909 Norte às superquadras de 12 a 16.
Ofensiva
Um pente-fino de limpeza também será feito em todo mês de janeiro e início de fevereiro para sanar os problemas e corrigir as falhas frequentes. De acordo com o secretário de Governo, José Humberto, os problemas são os mesmos de outros anos, mas merecem mais atenção: buracos no asfalto; lixo e entulho nas bocas de lobo; capim e mato alto; meios-fios irregulares; faixas de pedestre; árvores sem podas, inclusive sobre linhas de transmissão; e desmoronamento.
Além da CEB e das administrações regionais, a ação integrada do GDF conta com secretarias como a de Governo e a de Cidades, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o Departamento de Trânsito (Detran-DF), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros (CBMDF). “Janeiro é um mês de recesso e divisão do efetivo de servidores. Porém, não podemos esmorecer e precisamos fazer diferente e manter o ritmo”, alerta José Humberto. “Vamos ter que nos desdobrar para não perder tudo aquilo que já conquistamos.”
Tesourinhas
As ações do GDF na recuperação da cidade foram reforçadas no início do mês. Noventa e seis tesourinhas e dois viadutos próximos à rodoviária serão reformados pela Novacap ao longo dos próximos dois anos – além dos dois viadutos próximos à Rodoviária do Plano Piloto. A etapa seguinte será a renovação das calçadas de maior circulação de pedestres, como as do próprio Plano Piloto.
De acordo com o presidente da Novacap, Cândido Teles de Araújo, muitas árvores são plantadas irregularmente sem estudo da espécie e do local de plantio, crescendo de forma indiscriminada. A ação inadequada não raro atinge moradias e cabos de energia.
“Plantar árvores é um ato bonito, mas é preciso planejamento”, alerta. Teles aproveitou para anunciar a homologação da licitação para compra de 35 rolos compactadores, garantindo que cada uma das 33 administrações regionais tenha um equipamento do tipo.
Escrito por Jéssica Borges Ribeiro