Cerca de 80% da população conhecem e 72% têm interesse em gerar própria energia, segundo levantamento do DataFolha, a pedido do Greenpeace
Instalação de placas solares em escola de Uberlândia Foto: Otávio Almeida/Greenpeace
A maioria da população brasileira sabe sobre a possibilidade de gerar a própria energia através de sisetemas de microgeração, mas quase metade ainda considera o tema complexo demais. Essas são algumas das conclusões de pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido do Greenpeace, em outubro do ano passado com 2.044 entrevistados de todas as regiões do Brasil.
Os dados, divulgados recentemente, mostram que 80% das pessoas já conhecem a microgeração. Entre os entrevistados, 19% se consideram bem informados sobre o assunto – principalmente os moradores da região Sudeste (24% se consideram bem informados), os mais escolarizados (33%) e os mais ricos (39%). Outros 42% estão mais ou menos informados e 20% tomaram conhecimento, mas estão mal informados sobre o tema.
“Quero pagar menos”
A principal motivação citada pelos entrevistados para instalar sistemas de microgeração foi a redução da conta de luz, citada por 85%. Os benefícios ambientais foram citados por 62%; gerar a própria energia e ser independente da distribuidora foi citado por 53%; a valorização do imóvel, por 32%; a contribuição para geração de empregos e melhorar a economia, 29%; e pela rentabilidade do investimento, por 23%. Os entrevistados podiam citar mais de uma motivação, elencando até três motivações principais.
“Compro com juros baixos ou FGTS”
Também foram exploradas na pesquisa, além das motivações e do nível de conhecimento dos entrevistados, as opiniões sobre a microgeração de energia. A pesquisa propôs que os participantes concordassem ou discordassem, em maior ou menor grau, de algumas assertivas. A que gerou maior concordância (83%) foi “ao adotar a microgeração, serei um exemplo no meu bairro e poderei influenciar meus vizinhos”.
A seguir, aparecem frases que mostram o interesse das pessoas entrevistadas em comprar sistemas de microgeração, desde que com condições convidativas. “Eu compraria um sistema de energia solar fotovoltaica se houvesse linhas de crédito com juros baixos” e “estou muito interessado em saber mais sobre a microgeração de energia” tiveram concordância de 72% dos entrevistados. Além disso, 54% admitiram a possibilidade de entrar em um consórcio para ter um sistema de geração fotovoltaica. E metade dos assalariados usaria o saldo do FGTS para investir em microgeração.
Para quem tem dinheiro e telhado
As opiniões expressadas também mostraram que a maioria (59%) acredita que gerar a própria energia só é uma opção para quem tem casa própria – desde março de 2016, foi aberta a possibilidade de se produzir energia em áreas diferentes do local de consumo, atrelando o sistema ao consumidor e não à unidade consumidora. Além disso, 54% dos entrevistados acham que “energia solar é uma possibilidade apenas para quem tem dinheiro”.
Por fim, 48% das pessoas entrevistadas acreditam que “a microgeração de energia é um tema complexo demais”, uma parcela menor do que a contabilizada em entrevista semelhante de 2015, de 56%. A opinião é compartilhada principalmente pelos mais velhos (56%), menos escolarizados (58%), e das classes D e E (61%). Discordam que o tema seja complexo os mais jovens (48%), das casses A/B (57%) e os mais escolarizados (64%).
Fonte: Brasil Energia / Greenpeace