A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) realizará, entre os dias 8 e 10/11, o Fórum RNP 2016. Realizado no Instituto Federal de Brasília (IFB), campus de Brasília, o evento tem como tema a “Ciência, Tecnologia e Inovação em Rede” e parceria do Conselho de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti).
Além da participação presencial, será possível acompanhar a edição deste ano de forma distribuída a partir do Rio de Janeiro, no auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), e de Salvador, no auditório do Instituto de Matemática da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“O Fórum RNP vai discutir os rumos do uso de tecnologia da informação e a colaboração para a ciência e a cultura e será ainda um momento de integração da comunidade científica brasileira para a construção de uma visão do futuro”, garante o diretor-adjunto de Relações Institucionais da RNP, Gorgonio Araújo.
Marco Civil da Internet
A evolução do Marco Civil da Internet será um dos assuntos problematizados no Fórum. Dois anos após ser sancionada a lei que regulamenta o uso da internet no Brasil, a neutralidade de rede segue dividindo opiniões entre os que oferecem os serviços e quem os utiliza.
Esse ponto defende que todo tipo de dado trafegado na internet seja tratado com igualdade, sem que haja limitação para clientes com demandas específicas (vídeos, downloads, uploads). ‘‘A não discriminação e o não cerceamento de conteúdos são fundamentais para preservar o ambiente de inovação na internet. Essa neutralidade traz a garantia de que nenhum modelo de negócio pode especificar o que trafega na internet’’, pondera coordenador-geral de Cooperação em Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Marcelo Mendes.
Para Mendes, as leis de uso da internet no Brasil são capazes de estabelecer a liberdade de expressão, a proteção da privacidade e a segurança aos dados pessoais. ‘‘Com esse novo padrão que possibilita uma grande e rápida expansão da internet, podemos partir com tranquilidade para discussões mais específicas sobre temas, como a priorização de serviços de emergência e o Projeto de Lei de Proteção de Dados’’, explicou.
Desafios da Computação Verde
Outro tema que está na pauta do evento é a Computação Verde, associada à eficiência energética, ao uso de recursos renováveis e não tóxicos, além da minimização dos resíduos gerados nos processos de produção. O palestrante convidado é João Carlos Redondo, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e diretor de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo ele, a Computação Verde tem sido um diferencial competitivo para as instituições. “Sua prática proporciona uma economia a longo prazo, imprime uma imagem positiva perante à sociedade e ainda agrega valor na cultura organizacional da empresa”, defende.
O especialista afirma que a Computação Verde também já é uma realidade no setor público. A Lei 8.666, que estabelece normas gerais para as licitações, já permite a inclusão de aspectos socioambientais e sustentáveis na contratação de fornecedores de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Segundo Redondo, 45% das compras no país nesse setor são feitas pelo governo e suas autarquias. “Por isso, é importante fortalecer e incorporar os princípios da Computação Verde também nos órgãos públicos. São práticas pautadas na eficiência e otimização de recursos a longo prazo”, reforça.
Governança e controle digital
Com o objetivo de compartilhar boas práticas em gestão pública, será realizada a palestra “Governança, talento e plataforma: os pilares da estratégia de controle digital do TCU”. Nela, o secretário de Gestão de Informações para Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Wesley Vaz, vai abordar a relevância do uso inteligente de informações e da infraestrutura em nuvem para o aprimoramento dos serviços e políticas públicas.
De acordo com o secretário, o espaço vai abrir um diálogo com gestores de instituições em que o Tribunal aparece como um case de boas práticas. “Se geralmente falamos na posição de órgão fiscalizador, dessa vez, vamos compartilhar a nossa experiência com o uso de novas ferramentas para a criação de uma estratégia eficiente na gestão pública”, destaca.
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