A Tractebel, controlada pelo grupo francês Engie, anunciou ontem a aquisição de 50% do capital social da Brasil Energia Solar, em um movimento que marca a entrada da companhia no mercado brasileiro de geração de energia solar em instalações de pequeno porte. A empresa integra o Grupo Araxá, umdos líderes no mercado brasileiro de geração solar distribuída. O investimento na companhia, que passará a ser chamar Engie Solar, pode chegar a até R$ 24,3 milhões, de acordo com a Tractebel.
Expansão da atuação
A Araxá tem sede em Florianópolis e um escritório no Rio de Janeiro, e a ideia da Tractebel é expandir essa atuação, com foco inicialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, por questões de logística e demanda.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que no ano passado ampliou incentivos regulatórios para consumidores que investem em pequenas instalações de geração de energia, acredita que ao menos 1 milhão de unidades consumidoras adotarão essa tecnologia até 2024, o que representaria 4,5 gigawatts em potência instalada.
"Isso ainda está muito incipiente no Brasil, há em torno de mil projetos hoje. Comparado com Alemanha, China, isso não é nada, e somos um país tropical, que tem muito sol, principalmente no Nordeste. É inevitável crescer, e a gente não quer ficar de fora, queremos ser pioneiros", afirmou Zaroni.
Em novembro passado, a Tractebel fez o primeiro investimento em energia solar no Brasil, ao comercializar antecipadamente em leilão do governo federal a produção de uma usina de 30 megawatts a ser construída no Rio Grande do Norte.
O investimento estimado nessa usina, com geração prevista para a partir de novembro de 2018, é de R$ 220 milhões.
Segundo Zaroni, a companhia possui projetos já prontos para avançar no segmento solar ao longo dos próximos anos, incluindo usinas que aproveitariam o terreno de parques eólicos da Tractebel na Bahia. "Assim já aproveitamos a infraestrutura", disse.
Fonte: O Estado de S. Paulo / Jornal do Commercio