Do "Financial Times"
O custo das baterias está caindo a um ponto que as tornará opção viável de apoio à estabilidade das redes elétricas em um período de cinco anos, segundo o banco de investimento Lazard, dos EUA.
A armazenagem de eletricidade por muito tempo esbarrou no preço. O surgimento de sistemas com custo mais acessível, no entanto, deve ampliar as possibilidades.
Investimentos como o da Tesla, em sua "gigafábrica" de baterias em construção no Estado de Nevada (EUA), ajuda a ampliar a capacidade de produção dessas soluções.
Dentro de cinco anos, acredita o Lazard, o preço das baterias provavelmente terá caído até o ponto em que elas poderão ser competitivas -com ou sem subsídios- em relação a sistemas auxiliares de energia que usam energia de combustíveis fósseis.
"O armazenamento se mostra muito mais factível em termos de inovação e impacto material, agora", afirma George Bilicic, chefe do departamento de energia, eletricidade e infraestrutura do Lazard.
A necessidade de armazenagem de energia cresceu paralelamente ao uso de fontes renováveis - uma vez que a energia produzida pelo vento ou pelo sol não é regular ou pode ser acionada em emergência.
Em geral, esse apoio vem de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto e só são empregadas quando a demanda é muito alta.
Jim Robo, presidente-executivo da NextEra Energy, disse em uma conferência em setembro que esperava que depois de 2020 "não houvesse novas construções de usinas de energia nos Estados Unidos", e que o armazenamento de eletricidade fosse usado em seu lugar.
INICIATIVAS
A NextEra, que controla a Florida Power & Light, uma companhia de eletricidade, é uma das muitas empresas norte-americanas e internacionais que estão investindo em armazenagem.
A AES está, por exemplo, oferecendo 100 MW de capacidade de armazenamento em bateria para a Southern California Edison, outra companhia de eletricidade.
"O uso generalizado de sistemas de armazenagem de energia não é essencial para que se possa confiar mais nas fontes renováveis de energia", disse Bilicic. "Uma mistura combinada de energia solar, eólica e a gás, com maior eficiência energética, pode ser competitiva diante da usinas termoelétricas convencionais acionadas a carvão."
Anissa Dehamna, da Navigant, sugere o uso de usinas flexíveis de ciclo combinado, com turbinas a gás.
A General Electric e a Siemens levaram novas turbinas ao mercado que podem acelerar e desacelerar sua produção de eletricidade mais rápido e com mais eficiência do que modelos passados.
Para Lazard, no entanto, o armazenamento de energia impulsiona a contribuição das fontes renováveis, uma vez que pode ser colocada em uso mais rapidamente que as novas usinas acionadas a gás.
Fonte: Folha de S. Paulo