Licenciamentos de grandes projetos na Região Norte têm demorado muito para serem liberados pelas autoridades ambientais
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem conseguido manter uma certa regularidade nos leilões de concessão do setor elétrico. Mas o perfil dos projetos mudou um pouco nos últimos anos. Na área de geração, com o esgotamento do potencial hidrelétrico nas Regiões Sul e Sudeste, o País teve de começar a explorar a Região Norte, extremamente sensível do ponto de vista ambiental. Os últimos licenciamentos enfrentaram grandes embates e demoraram muito tempo para ser liberados.
Para fugir dessas dificuldades, a solução tem sido leiloar projetos menores que consigam substituir as grandes hidrelétricas. A Usina de Tapajós, por exemplo, prevista para ser licitada em 2014 nem tem data para ir a leilão por causa de entraves ambientais. Outra aposta tem sido os projetos eólicos, que se revelaram um grande sucesso nos últimos anos. Em 2014, o País tinha 3,6 mil megawatts (MW) de energia eólica, o que representava 3% da matriz elétrica. Neste ano, até setembro, a capacidade já havia subido para 7,1 mil MW e a participação, para 5,1%.
No segmento de transmissão, o governo também tem feito leilões periódicos, mas os trechos ofertados não têm atraído muito os investidores. Na última disputa, apenas 4 de 11 lotes ofertados foram arrematados. Até o fim do ano, a Aneel planeja quatro leilões de geração e transmissão. Um deles será para licitar usinas antigas que não tiveram a concessão renovadas pelas regras da Medida Provisória (MP) 579.
Hoje, o Brasil tem 138 mil MW de potência instalada de várias fontes de energia, como hidrelétricas, termoelétricas, eólica e solar. O sistema de transmissão tem quase 125,7 mil quilômetros de extensão. / R.P.
Energia elétrica
- 138 mil MW é a potência instalada.
- 125,7 mil KM é a extensão do sistema de transmissão.
- 66% é a participação das hidrelétricas.
- 4.323 são os empreendimentos em operação.
Fonte: O Estado de S. Paulo