Pesquisadores estudam a possibilidade de baterias serem controladas por assistentes virtuais. Tecnologia poderia beneficiar drones, óculos inteligentes e wearables
Para maximizar o tempo de vida de uma bateria, pesquisadores da Microsoft, Tesla e outras companhias propuseram combinar diferentes tipos de baterias dentro de um mesmo dispositivo, administradas pelo próprio sistema operacional.
Testes conduzidos pelos pesquisadores mostraram que "misturar" e combinar baterias poderia melhorar a vida útil das mesmas em um wearable em cerca de uma hora, uma otimização de 22%.
Diferente de melhorias fundamentadas na tecnologia das baterias, – o que não se trata o estudo – melhorias geradas pelo Software-Defined Batteries (SDBs) ou Baterias Definidas por Software seriam personalizadas, diz a pesquisa. E elas seriam limitadas, em parte, às baterias que as fabricantes incluem nos seus próprios aparelhos.
Por que isso importa
Geralmente assumimos que a bateria em um telefone, tablet ou PC quando cheias, trata-se de um recipiente onde a energia é armazenada e, em seguida, é retirada gradualmente para energizar aparelhos.
Mas o estudo nota que há diferentes tipos de baterias, com diferentes químicos, cada uma com características distintas de carregamento e descarregamento.
E nem toda bateria química conta com a “mistura” ideal: uma bateria de alta capacidade pode levar horas para ser carregada, enquanto baterias de rápido carregamento podem não armazenar muito. Nós já usamos dispositivos com hubs de sensores e controladores especializados, então por que não baterias especializadas, certo?
Inteligentes e especializadas
Esse é o objetivo do SDB. “Considere um dispositivo que é limitado pelo seu volume, tal aparelho consegue dedicar metade de sua capacidade para carregamento rápido da bateria e a outra metade para uma bateria de alta densidade de energia”, diz o estudo.
Isso permite que o dispositivo atinja a seguinte troca: obter cerca de 50% da carga de forma realmente rápida e ainda perder apenas uma pequena parte de sua capacidade de energia.
O mesmo estudo argumenta que nós precisaremos de uma maneira em que o sistema converse com a bateria. Atualmente, é mais comum uma via de mão única. Um controlador de carga dedicado carrega a bateria de acordo com sua própria programação, e o sistema pede simplesmente, e periodicamente, para uma atualização de status.
O que o estudo propõe é que o Windows ou outro sistema operacional, na verdade, se comunique com o carregador e o controle, de modo que a vida total da bateria do sistema possa ser otimizada.
Mas não é uma operação simples. Considere, assim como a pesquisa faz, um cenário em que você está prestes a fazer uma viagem de cinco horas através do país. Provavelmente, você gostaria que o seu laptop carregasse ao longo da noite, para que você consiga armazenar energia suficiente para oito horas sou mais.
Mas a questão é que você terá de sair em 20 minutos e talvez tenha outros 15 no aeroporto. Nesse caso, você vai precisar que o seu laptop carregue rápido, para maximizar a quantidade de tempo que você precisará para trabalhar quando estiver no avião. Afinal, não é todo avião que lhe permite tomadas.
Se o calendário no seu computador (ou a assistente virtual da Microsoft, Cortana) souber de sua viagem, ele permitirá a opção de carregamento super rápido da bateria.
Colocar o carregamento sob o controle do Windows (ou Google Now ou OS Mac) também permitiria otimizações para serem aplicadas rapidamente – seu dispositivo aprenderia como carregá-los, assim como aprender sobre sua agenda, sua voz e outras coisas sobre você.
No caso de um wearable, a Microsoft combinou uma bateria flexível de baixa eficiência em uma pulseira com uma bateria mais eficiente de íon-lítio.
Ao saber que o usuário estava em estado de repouso, a pulseira se colocava em estado de baixa energia, puxando energia da bateria dobrável menos eficiente. No entanto, quando o usuário definia o dispositivo para uma corrida, quando a frequência cardíaca e distância percorrida precisam ser acompanhadas de perto, o wearable busca energia da bateria íon-litio
Segundo os pesquisadores, o SDB não exigiria nenhum custo adicional para a lógica de controle, e poderia beneficiar uma grande variedade de dispositivos, incluindo aí drones, óculos inteligentes e veículos elétricos.
O próximo passo? Testar a tecnologia com assistentes virtuais como a Cortana e o Google Now para checar se elas conseguem de falto controlar o SDB.
Fonte: Mark Hachman, PC World (EUA)