Em apenas dois anos, o Brasil terá condições de produzir a primeira bateria de íons de lítio com tecnologia nacional. O anúncio foi feito nesta quinta feira pela diretora financeira de Itaipu, Margaret Groff, durante assinatura de um acordo de cooperação global entre a Itaipu
Binacional e a empresa inglesa Mira Limited, consultora do ramo de pesquisa de veículos híbridos e elétricos.
Com o acordo, será instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) um centro de excelência para pesquisa de bateria de lítio, inédito no Brasil. Nos próximos três meses, serão feitos estudos de prospecção na indústria nacional, para definição do modelo de bateria a ser adotado.
Escolhido o modelo, a parceria desenvolverá o primeiro protótipo, que poderá ser levado para produção em escala pela indústria nacional. "Hoje, a bateria de lítio é usada principalmente em veículos e nas telecomunicações. Queremos desenvolver uma bateria escalável, que poderá ser utilizada tanto em veículos elétricos, quanto em sistemas de armazenamento de energia", antecipou Margaret Groff.
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Outra proposta é a de criar no País uma rede de serviços de alta complexidade na área. Hoje, lembra a executiva, quando se compra uma bateria de lítio no exterior, muitas vezes é preciso mandar o produto para fazer manutenção fora do Brasil. "Queremos prestar esses
serviços aqui", explicou.
A diretora financeira lembrou ainda que Itaipu já desenvolve estudos com outros modelos de bateria - como as de sódio e de chumbo-ácido, também para aplicação em veículos elétricos e em sistemas de armazenamento. "Agora, com a bateria de lítio, estamos escalando alguns
degraus nesse desenvolvimento tecnológico."
Para o diretor-geral da Mira do Brasil, Armando Canales, a aproximação da empresa inglesa com Itaipu foi natural. "Achamos que trabalhar em conjunto com Itaipu e o PTI, que são pioneiros no Brasil no desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos, e também na área de armazenamento de energia, representa o perfeito casamento de competências para a criação desse centro de excelências".
De acordo com o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, a região da usina está se tornando um celeiro de tecnologia, com gente capacitada em todas áreas "Isso comprova que os recentes investimentos no Oeste do Paraná, especialmente em universidades e centros de
pesquisa, já começam a apresentar resultados importantes", afir mou. Segundo ele, a parceria com a Mira, uma gigante da tecnologia, faz parte desse processo. "Se o mundo é global, nossa cabeça também tem que ser global", comentou.
Fonte: Jornal do Commercio (RJ)