Apoiada no aumento da necessidade de desenvolver tecnologias mais adequadas ao mercado local, a Bosch Engineering Group (BEG) avança no Brasil. A subsidiária da Robert Bosch é especializada em soluções de engenharia. O que diferencia a divisão do desenvolvimento que já é feito pela fabricante de autopeças é que o serviço não é atrelado a contrato de fornecimento de autopeças ou sistemas. Além disso, o trabalho também não está relacionado ao volume de produção de determinado componente e pode ser feito para aplicações muito específicas e pontuais.
Entre os serviços oferecidos estão, por exemplo, desenvolvimentos para protótipos ou carros-conceito em que uma montadora possa estar trabalhando. Outro segmento importante é o automobilismo. “Trabalhamos com duas equipes da Fórmula 1”, revela Thomas Lehmann, vice-presidente da divisão de powertrain da BEG. A empresa não restringe sua presença apenas ao setor automotivo. “Cobrimos tudo relacionado à mobilidade, desde duas rodas até aviação”, detalha. Segundo ele, a companhia nasceu para atender as necessidades da globalização e da adaptação de produtos a diferentes mercados e legislações. Outro objetivo é ajudar os clientes a acompanhar os ciclos cada vez mais rápidos de inovação com crescente aumento da complexidade.
Fundada em 1999 com equipe de apenas 13 pessoas, a jovem empresa alcançou em maio deste ano a marca de 2 mil colaboradores. A maior parte do pessoal atua na matriz da empresa na cidade alemã de Abstatt, mas há unidades em outros oito países. O time brasileiro conta com 20 pessoas, além de aprendizes e estagiários. A companhia chegou ao País em 2011 e tem hoje dois escritórios: em Campinas (SP), onde fica a sede nacional da Robert Bosch, e em Curitiba (PR), na mesma estrutura da planta responsável pela produção de sistemas diesel, área em que a divisão de engenharia vem concentrando esforços.
“A exigência do setor de transportes é muito grande. Há também um grande mercado na área de mineração e em segmentos como óleo e gás”, avalia Thomas Junge, responsável pela operação brasileira da Bosch Engineering. No Brasil a empresa também recebe muitas consultas sobre motores flex, principalmente de newcomers interessadas em tropicalizar seus carros. O portfólio da filial brasileira já inclui o desenvolvimento de solução para motor diesel com aplicação marítima. A empresa chegou ao projeto de injeção de gás natural para reduzir consumo de combustível, o chamado Dual-fuel, que, segundo a BEG, tem potencial para reduzir em 30% o custo da operação do cliente.
Outro caso lembrado por Junge foi para o segmento de mineração, com a aplicação de sistema Start-Stop nos caminhões envolvidos na operação de uma empresa, garantindo substancial economia de combustível. “Estamos investindo em equipamentos como dinamômetros no País para poder fazer mais desenvolvimentos”, conta Junge. “Vemos grande potencial de crescimento da demanda por este tipo de serviço nos próximos anos.”, acredita.
Segundo ele, a presença na América Latina é importante por causa das particularidades da região, como a geografia e os combustíveis. No Brasil a operação tem incentivo extra com o Inovar-Auto, que estimula as engenharias locais e o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Além disso o programa impõe metas de eficiência energética para os veículos vendidos localmente, o que impulsiona a demanda das montadoras por novas soluções e tecnologias.
CÉLULA DE COMBUSTÍVEL
Globalmente a Bosch Engineering destaca sua atuação em projetos que envolvem veículos elétricos a célula de combustível. Enquanto a tecnologia permanece sem competitividade para equipar carros de passeio, a empresa tem trabalhado em outras aplicações em que já há mercado, como empilhadeiras e no transporte de malas para o avião em aeroportos. No primeiro caso a empresa chegou a uma solução que garantiu economia anual de US$ 2 mil por veículo a um cliente nos Estados Unidos.
Fonte: Automotive Business