Com viés educacional, projeto quer mostrar benefícios do smart grid aliados a rede da distribuidora
Já é possível visualizar como seria uma cidade inteligente. A Light (RJ) montou dentro do Museu Light de Energia, no Rio de Janeiro(RJ) uma réplica de uma de 400 m² em que casas, postes, lojas e até os veículos elétricos estão inseridos nesse conceito. O Circuito Cidade Inteligente é um centro de referência em Smart Grid que teve investimentos de R$ 4,4 milhões vindos do Programa de Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica e já está aberto para visitação do público. De acordo com Antônio Raad, engenheiro master da Light, o projeto tem um viés educacional, em que a intenção é mostrar o que a tecnologia do smart grid pode fazer aliada ao trabalho da concessionária. "É possível mostrar novas tecnologias e a integração do smart grid com a casa do cliente e a rede da concessionária, como a subestação e a rede elétrica", explica.
A interatividade está presente no circuito. Ao serem confrontados com códigos de leitura, tablets disponibilizados aos visitantes dão informações sobre desde o desempenho de vários tipos de lâmpadas até os cuidados necessários com o consumo de energia e a rede elétrica. Mas o que chama a atenção no circuito é a casa inteligente. Ela é uma réplica em que no banheiro há um chuveiro do tipo rewatt. Nele há um tapete que recebe a água quente e uma serpentina absorve o calor dessa água quente, pré-aquecendo a água fria, reduzindo a necessidade de uma potência maior no chuveiro, diminuindo o consumo de energia. "Esse dispositivo traz uma redução da ordem de 40% a 50%", diz Raad. Ao lado do rewatt há outro chuveiro elétrico convencional em que um software compara o desempenho dos dois.
Os aparelhos da casa possuem tomadas inteligentes, que dão a possibilidade dos moradores acompanharem o desempenho deles pelo computador, por meio de um software. O ar condicionado da casa possui um dispositivo na tomada que controla a temperatura. Ele tem uma sensibilidade maior que a do termostato, permitindo ligar e desliga mais vezes após atingir a temperatura.
Já do lado de fora, a reprodução de uma subestação mostra como a energia chega nas casas das pessoas, além do alerta contra o roubo de energia. É possível ver ainda uma simulação da atuação do sistema em caso de chuva, em que um trecho da rede pode ser isolado de modo a não afetar o restante. Na garagem da casa, o carro elétrico aparece como veículo ecologicamente correto e capaz de ser abastecido na própria casa.
Dentro da casa são trabalhadas com o público a temática do desperdício e do bom uso de energia, em que ações como o esquecimento de um carregador de celular na tomada e o uso inadequado de benjamins são lembrados. Embora com um forte apelo ao consumidor do futuro que hoje é criança ou adolescente, o circuito cidade inteligente possui um forte apelo para adultos, já que muito do que o smart grid oferece pode influenciar no valor da tarifa de energia. Em fase de implantação, o projeto também vai contar com placas fotovoltaicas que vão abastecer o museu.
Fonte: Pedro Aurélio Teixeira, da Agência CanalEnergia, PeD e Tecnologia