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Para driblar crise do setor elétrico, governo estuda criar crédito para geração solar


BRASÍLIA — Uma saída para a crise do setor elétrico pode vir do céu. E não se trata de chuva para encher os reservatórios de hidrelétricas, mas da luz solar que bate nos tetos de residências e empresas do país. O governo está avaliando a criação de uma linha de crédito para pequenos consumidores adquirirem equipamentos para converter a radiação solar em energia elétrica. O aparato custa, em média, entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. E segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, a nova linha de crédito ajudaria os consumidores a pagar por placas de captação solar e conversores especiais.

O financiamento faz parte de um pacote de medidas que o governo federal avalia criar para estimular o que chama de microgeração distribuída. Ou seja, a geração de energia por pequenos consumidores, que podem continuar recebendo eletricidade da rede básica, mas, eventualmente, entregariam à distribuidora parte dessa energia gerada dentro de casa. Ou melhor, em cima de casa.

- Está sendo estudado abrir linhas de crédito específicas, porque ainda tem um certo custo e a compensação disso demora - afirmou Rufino.

As regras para isso já existem, mas, na prática, entraves como os custos elevados de equipamentos e a cobrança extra de impostos pelos governos estaduais, especialmente o ICMS, acabam restringindo essa realidade a poucas centenas de consumidores no país. Hoje, só os governos de Minas Gerais e Ceará deixam de tributar a energia gerada nas casas.

- As autoridades estaduais entendem que há tributação tanto na ida da energia quanto na volta da energia. Mas não há comercialização de energia, o consumidor apenas cria um crédito. Pelo que sei, está encaminhada essa discussão no sentido de não reconhecer essa reincidência do ICMS no âmbito do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária, que reúne os estados) - disse Rufino.

Reportagem do GLOBO publicada em maio do ano passado mostrou que, no Rio, apenas 13 consumidores tinham produção própria de energia a partir de fontes como a solar. Na época, apenas 92 clientes em todo o país aproveitavam o benefício.

Apesar do investimento alto, a economia valeria a pena. Cálculos de Henrique Loyola, sócio da SolarGrid, empresa que vende placas solares, indicam que quem gasta mais de R$ 300 por mês na conta de luz e vive em áreas com boa incidência de sol pode recuperar o investimento em quatro anos pela redução de até 20% das contas de luz:

- O grande entrave é a dificuldade de financiamento para o consumidor. Nos EUA, só deslanchou quando surgiu o crédito.

Nascida de ex-executivos da empresa financeira XP Investimentos, por enquanto, a empresa vem financiando a instalação das placas solares de seus clientes em até 20 anos.

- É intermitente, claro, porque só funciona de dia, mas reduz carga do sistema - disse Loyola.

A Aneel estuda criar um incentivo para que consumidores comerciais e industriais de grande porte, que já possuem geradores, passem a usá-los durante a tarde. Eventualmente, poderiam ser destinados recursos da tarifa de energia elétrica para a aquisição de combustível a esses geradores, reconheceu Rufino. A Aneel avalia tornar mais flexível a aquisição de energia elétrica pelas distribuidoras desse microgeradores.

Fonte: O Globo
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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