O Brasil está importando gás natural da África para garantir o funcionamento de uma usina térmica no Rio Grande do Sul tida como decisiva no reforço ao sistema elétrico nacional.
A termelétrica de Uruguaiana, na fronteira da Argentina, começou a operar na semana passada por um período emergencial de 60 dias e, segundo dados do Operador Nacional do Sistema, tem o terceiro custo mais elevado entre as abastecidas com gás natural no país.
Nos primeiros dias de operação, de acordo com dados do ONS, o custo do megawatt-hora em Uruguaiana foi de R$ 471,30. Em média, as térmicas a gás custaram R$ 241,17.
As 12 térmicas a carvão custaram em média R$ 170,96 no mesmo período.
O acionamento emergencial da unidade foi citado no início do mês como uma "manobra" pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para fortalecer o sistema nacional. Com o baixo nível dos reservatórios e a alta demanda de consumo do verão, o risco de desabastecimento preocupa o governo.
AVAL DA ARGENTINA
Afastada de grandes centros e sem ligação com o gasoduto Brasil-Bolívia, a unidade no Rio Grande do Sul depende do aval do governo argentino para ser ligada.
Para convencer o país vizinho a liberar gás natural à termelétrica, o Brasil teve que importar o insumo da Nigéria por meio de uma subsidiária da Petrobras, transportá-lo de navio até a Argentina e injetar o carregamento na rede de gasodutos argentinos.
A Sulgás, uma estatal do Rio Grande do Sul, faz a intermediação entre uma companhia argentina e a AES, empresa que opera a térmica de Uruguaiana.
A usina funcionava com gás natural encaminhado diretamente pela Argentina até 2009, quando o governo do país vizinho passou a limitar o envio do produto para o exterior por causa do desabastecimento do mercado interno. Desde então, foi ligada apenas por períodos de 60 dias em 2013 e em 2014.
Nas duas oportunidades, o Brasil fez operação parecida de transporte, mas com gás importado de Trinidad e Tobago, na América Central.
Se for ligada na capacidade total, a térmica consumirá 2,4 milhões de metros cúbicos de gás por dia, quantidade superior a tudo que o Rio Grande do Sul consome diariamente por meio do gasoduto Brasil-Bolívia.
CONSUMIDOR
As partes envolvidas não revelam os valores do processo. Os custos desse tipo de operação costumam ser repassados aos consumidores.
A AES Uruguaiana, por meio de sua assessoria, informou apenas que, por causa da queda no preço internacional dos combustíveis, a despesa com a geração na unidade neste ano será 40% inferior à do ano passado.
O Ministério de Minas e Energia disse que o custo da usina é "extremamente competitivo em comparação com as térmicas que estão sendo despachadas atualmente". Também afirmou que a operação "fortalece" a segurança energética do país.
Procurada, a Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Fonte: Folhapress
Afastada de grandes centros e sem ligação com o gasoduto Brasil-Bolívia, a unidade no Rio Grande do Sul depende do aval do governo argentino para ser ligada.
Para convencer o país vizinho a liberar gás natural à termelétrica, o Brasil teve que importar o insumo da Nigéria por meio de uma subsidiária da Petrobras, transportá-lo de navio até a Argentina e injetar o carregamento na rede de gasodutos argentinos.
A Sulgás, uma estatal do Rio Grande do Sul, faz a intermediação entre uma companhia argentina e a AES, empresa que opera a térmica de Uruguaiana.
A usina funcionava com gás natural encaminhado diretamente pela Argentina até 2009, quando o governo do país vizinho passou a limitar o envio do produto para o exterior por causa do desabastecimento do mercado interno. Desde então, foi ligada apenas por períodos de 60 dias em 2013 e em 2014.
Nas duas oportunidades, o Brasil fez operação parecida de transporte, mas com gás importado de Trinidad e Tobago, na América Central.
Se for ligada na capacidade total, a térmica consumirá 2,4 milhões de metros cúbicos de gás por dia, quantidade superior a tudo que o Rio Grande do Sul consome diariamente por meio do gasoduto Brasil-Bolívia.
CONSUMIDOR
As partes envolvidas não revelam os valores do processo. Os custos desse tipo de operação costumam ser repassados aos consumidores.
A AES Uruguaiana, por meio de sua assessoria, informou apenas que, por causa da queda no preço internacional dos combustíveis, a despesa com a geração na unidade neste ano será 40% inferior à do ano passado.
O Ministério de Minas e Energia disse que o custo da usina é "extremamente competitivo em comparação com as térmicas que estão sendo despachadas atualmente". Também afirmou que a operação "fortalece" a segurança energética do país.
Procurada, a Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Fonte: Folhapress